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2012 - Livro Vermelho 2013

Mollinedia lamprophylla Perkins NT

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 24-04-2012

Criterio:

Avaliador: Massimo Giuseppe Bovini

Revisor: Miguel d'Avila de Moraes

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Apesar de EOO de 24.209,205 km², a espécie é restrita a apenas dois Estados brasileiros. As coletas estão concentradas nos mesmos pontos ao longo dos anos. Na Apa-Cairuçú (SNUC) em Paraty, a espécie foi encontrada na região de Laranjeiras, local explorado para o turismo. Espécie que corre perigo em curto espaço de tempo.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Mollinedia lamprophylla Perkins;

Família: Monimiaceae

Sinônimos:

  • > Mollinedia marqueteana ;

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Descrita em Bot. Jahrb. 27: 656. 1900. Espécie bastante distinta das demais do gênero devido a suas folhas coriáceas, nítidas e de grandes dimensões (Peixoto, 1987).

Dados populacionais

Em levantamento fitossociológico de 1 ha de Floresta Ombrófila Densa Submontana, no Núcleo Picinguaba, Parque Estadual da Serra do Mar, Município de Ubatuba, Estado de São Paulo, foram amostrados 5 indivíduos (Rochelle et al., 2011). Em estudo florístico e fitossociológico do componente arbóreo da transição Floresta Ombrófila Densa das terras baixas - Floresta Ombrófila Densa Submontana do Núcleo Picinguaba, Parque Estadual da Serra do Mar, estado de São Paulo, foram amostrados 7 indivíduos em uma área de 1 ha (Campos et al., 2011).

Distribuição

Endêmica do Brasil; ocorre nos Estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo (Peixoto, 2012; Rochelle et al., 2011).

Ecologia

Caracteriza-se por árvores ou arbustos com até 4 m de altura; coletada com flores nos meses de junho e julho, com frutos no mês de julho (Peixoto, 1987); terrícola (Peixoto, 2012); dióica, polinização entomófila e dispersão zoocórica (Peixoto, com. pessoal).

Ameaças

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes AMata Atlântica da costa brasileira já atingiu um estágio muito avançado defragmentação, e a preservação de suas áreas remanescentes foi apontada como um dos maiores problemas de Conservação do País. No estadodo Rio de Janeiro, a Mata Atlântica que outrora cobria toda a sua extensãoencontra-se hoje reduzida a menos de 20% de sua cobertura original, estando osgrandes remanescentes, em sua maioria, sobre áreas montanhosas. A mata de baixada da costa fluminense, conhecida pela altadiversidade e endemismos da fauna e flora, durante séculos foi alvo de intensasperturbações antrópicas, intensificadas nas últimas sete décadas através daextração madeireira, caça ou da substituição de suas florestas por áreasagrícolas e pelo processo de urbanização desordenada. A paisagematual desta região encontra-se muito fragmentada e desconectada, com pequenasmanchas florestais, isoladas, perturbadas em sua maioria e circundadas por extensasmatrizes antrópicas como pastos e monocultura além de áreas de desenvolvimentourbano (Carvalho et al.).

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes Atéo final do século passado o solo do município de Santa Teresa era ocupado quaseque inteiramente por florestas nativas. Com a imigração européia e acolonização, as florestas foram dando espaço para outros usos, em especial paraa cultura do café. Em 1976 as florestas naturais e capoeiras cobriam,respectivamente, 22.086ha (22,08%) e 8.432ha (8,42%) da área do município(estado do Espírito Santo, 1978). O tipo e natureza daocupação do solo no município de Santa Teresa não sofreu mudançassignificativas nas últimas décadas. O censo agropecuário do IBGE de 1995/96 indica que o principal uso do solo no município de Santa Teresaé de lavouras permanentes, principalmente de café, com 21.070ha, seguidas porpastagens naturais, com 13.352ha, e matas naturais, com 12.312ha. Em certosperíodos a ameaça de incêndio pode ser considerável, especialmente em anos maissecos e quentes. Muitos vizinhos ainda usam com freqüência a prática do fogopara limpar o terreno e algumas vezes acabam perdendo o controle, ameaçando avegetação da Estação Biológica. Um dos problemas mais importantes da Estação éa poluição do rio Timbuí. Este rio, além de receber resíduos de atividadesagropecuárias da região, recebe efluentes urbanos in natura da cidade de Santa Teresa e muito lixo, que é carregadopara a Estação Biológica. Além da eutrofização e insalubridade das águas queatravessam a Estação e dos problemas para a biota aquática, parte do lixo éretido pela vegetação nas margens do rio, provocando um impacto ambientalsignificativo (Mendes; Padovan, 2000).

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes OEstado de São Paulo originalmente possuía aproximadamente 81,8% (20.450.000 ha)de seu território coberto por Mata Atlântica. Hoje, a Mata Atlântica no Estadorepresenta cerca de 18% da remanescente no Brasil, concentrando-se ao longo dolitoral e encostas da Serra do Mar, significando cerca de 8,3% da área doEstado e 83,6% da vegetação nativa ainda existente no Estado. Mesmo em áreasprotegidas ocorrem ameaças como invasões de populações marginalizadas(favelização de manguezais e encostas), especulação imobiliária), mineração,extrativismo vegetal clandestino, caça e pesca predatórias, lixões, poluição daágua, mar, ar e solo e chuva ácida sendo essas ameaças permanentes àconservação dos remanescentes da Mata Atlântica no estado de São Paulo (Costa, 1997).

Ações de conservação

1.2.1.2 National level
Observações: Aespécie consta no Anexo I da Instrução Normativa nº 6, de 23 de Setembro de2008 (MMA, 2008) sendo considerada oficialmente ameaçada de extinção. Foiconsiderada Vulnerável (VU) em avaliação de risco de extinção empreendida pelaFundação Biodiversitas (Biodiversitas, 2005).

1.2.1.1 International level
Observações: Considerada Criticamente em Perigo (CR) [C2a, D] (IUCN 2011. IUCN Red List of Threatened Species. Version 2011.2. <www.iucnredlist.org>. Downloaded on 15 March 2012).

4.4.3 Management
Observações: Espécie ocorre em unidades de conservação (SNUC): Parque Estadual da Serra da Tiririca (Barros, A.A.M., 2008) e Área de Proteção Ambiental do Cairuçú, no estado do Rio de Janeiro e Parque Estadual da Serra do Mar, em São Paulo (CNCFlora, 2011).

Referências

- PEIXOTO, A.L. Mollinedia lamprophylla in Monimiaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil., Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB010090>.

- PEIXOTO, A.L. Revisão taxonômica do gênero Mollinedia Ruiz et Pavon (Monimiaceae, Monimioideae). Doutorado. Campinas: Universidade Estadual de Campinas, 1987.

- PEIXOTO, A.L.; GONZALES, M. Monimiaceae. In: STEHMANN, J.R.; FORZZA, R.C.; SALINO, A. ET AL. Plantas da Floresta Atlântica. Rio de Janeiro: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, p.346-347, 2009.

- ROCHELLE, A.L.C.; CIELO-FILHO, R.; MARTINS, F.R. Florística e estrutura de um trecho de Floresta Ombrófila Densa Atlântica Submontana no Parque Estadual da Serra do Mar, em Ubatuba/SP, Brasil., Biota Neotropica, São Paulo, p.337-346, 2011.

- CAMPOS, M.C.R.; TAMASHIRO, J.Y.; ASSIS, M.A.; JOLY, C.A. Florística e fitossociologia do componente arbóreo da transição Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas - Floresta Ombrófila Densa Submontana do Núcleo Picinguaba/PESM, Ubatuba, sudeste do Brasil., Biota Neotropica, São Paulo, p.301-312, 2011.

- BARROS, A.A.M. Análise florística e estrutural do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, RJ, Brasil. Doutorado. Rio de Janeiro: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro (Escola Nacional de Botânica Tropical)', 2008.

- CARVALHO, F.A.; NASCIMENTO, M.T.; OLIVEIRA, P.P. ET AL. A importância dos remanescentes florestais da Mata Atlântica da baixada costeira fluminense para a conservação da biodeiversidade na APA da Bacia do Rio São João/Mico-Leão-Dourado/IBAMA-RJ.

- MENDES, S. L.; PADOVAN, M. P. A Estação Biológica de Santa Lúcia, Santa Teresa, Espírito Santo., Boletim do Museu de Biologia Mello Leitão, n.11/12, p.7-34, 2000.

- COSTA, J.D.B. A Reserva da Biosfera da Mata Atlântica no estado de São Paulo., São Paulo, 1997.

Como citar

CNCFlora. Mollinedia lamprophylla in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Mollinedia lamprophylla>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 24/04/2012 - 18:08:41